(Foto da capa: Final da década de 60, Vila Brasilândia, São Paulo, Brasil. Um grupo formado por quatro amigos agitava o bairro com uma animada batucada durante as partidas do time de várzea da região – o Glorioso da Brasilândia. Empolgados com a aceitação do público que crescia a cada jogo, José Luciano Tomás da Silva, João Roque “Cajé”, José Benedito da Silva (Zelão) e Eduardo Basílio resolveram então fundar uma escola de samba. Foi assim que em 18 de outubro de 1971 nascia a Sociedade Rosas de Ouro). Portal escola de samba Rosas de Ouro.
Patrimônio Vivo da Cultura Brasileira e Símbolo de União e Memória em São Paulo, o samba, mais do que um gênero musical, é um dos pilares da identidade cultural brasileira.
Reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Imaterial da Humanidade desde 2005, o samba transcende fronteiras e gerações, preservando a história, a resistência e a alegria de um povo. Em São Paulo, berço de um samba urbano e pulsante, essa manifestação ganha contornos ainda mais especiais: tanto o Carnaval paulistano quanto o samba das escolas de samba da cidade foram reconhecidos como patrimônios imateriais do Estado e do Município, reafirmando sua importância na formação da identidade cultural paulista.

No coração dessa tradição estão as velhas guardas das escolas de samba, verdadeiros guardiões da memória e da essência do Carnaval. São homens e mulheres que, há décadas, dedicam suas vidas à arte do samba, preservando seus valores, ritmos e histórias. Com suas experiências e saberes, mantêm viva a chama da ancestralidade, transmitindo às novas gerações a importância do respeito, da coletividade e da alegria como formas de resistência cultural.
A relevância social das velhas guardas vai muito além dos desfiles e ensaios.
Segundo dados do IBGE, o Brasil já ultrapassou a marca de 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos, e iniciativas culturais voltadas à terceira idade têm se mostrado fundamentais para a promoção da saúde mental e física. Estudos do Ministério da Saúde indicam que idosos engajados em atividades culturais regulares apresentam 25% menos incidência de depressão e 35% mais chances de manter uma vida social ativa. Nesse contexto, o samba atua como um poderoso elo de convivência e vitalidade.
Para celebrar essa trajetória e fortalecer os vínculos entre as gerações, São Paulo sediará, no dia 28 de outubro de 2025 (terça-feira), das 18h às 22h, o evento “Saberes e Viveres da Velha Guarda do Samba”, no Memorial da América Latina – Auditório da Biblioteca Latino-Americana Victor Civita. O encontro reunirá velhas guardas de diversas escolas de samba paulistas em uma programação rica e emocionante, com rodas de conversa e apresentações artísticas do Grupo Sampagode, da Velha Guarda Musical do Vai-Vai, além do show da campeã do Carnaval, Rosas de Ouro.

A proposta do evento nasce da urgência em promover espaços de valorização, escuta e visibilidade para esses mestres e mestras do samba. Através de rodas de conversa, apresentações e registros documentais, a iniciativa se consolida como uma ação efetiva de educação patrimonial e salvaguarda cultural, aproximando o público das raízes do samba paulistano e garantindo que sua memória continue viva e vibrante. Mais do que uma festa, o “Saberes e Viveres da Velha Guarda do Samba” é um ato de reconhecimento e respeito àqueles que construíram e mantêm uma das maiores expressões culturais do Brasil. É a celebração de um legado que pulsa nos corações, ecoa nos tambores e embala gerações — reafirmando que o samba não é apenas música, mas um modo de viver, de lembrar e de resistir.
Serviço
Saberes e Viveres da Velha Guarda do Samba
Dia 28 de Outubro, terça, 18 as 22h
Memorial da América Latina
Aud. Bibliot.Victor Civita
(Entrada pelo Portão 2 – Rua Tagipuru, s/n)
ENTRADA GRATUITA
Por Maurício Coutinho
