Para preservar as características históricas do Centro da cidade, a Prefeitura realiza um minucioso processo de restauração dos icônicos postes ornamentais da região. Também conhecidos como “postes da Light”, atualmente, 20 equipamentos da República e do Largo do Arouche passam por manutenção completa, que inclui a utilização de tecnologia 3D para a confecção de peças que precisam ser repostas. Desde 2018, a administração restaurou 711 estruturas de iluminação do século XX. A recuperação destes postes é um processo complexo, que conta com equipes multidisciplinares, especializadas em análise estrutural, mecânica, solda, montagem, elétrica, moldagem, fabricação de peças e pintura.
A primeira etapa do restauro é o lixamento do poste ornamental para remover camadas de tintas ressecadas. Em seguida, é aplicada uma camada de zarcão, um fundo sintético anticorrosivo com secagem rápida. Sua principal função é inibir a ferrugem e tornar a superfície uniforme. Depois, o poste recebe uma pintura de esmalte sintético preto semi-brilho. Algumas partes da estrutura, como os globos que protegem as lâmpadas, cabeamentos e soquetes são industrializados e estão disponíveis no mercado. Já a substituição das partes de ferro fundido dos postes exige um trabalho minucioso das equipes envolvidas no projeto, com a retirada de uma amostra do item e o seu escaneamento em 3D para a confecção de moldes de madeira necessários para a fundição de novas peças.
Os postes ornamentais já restaurados estão distribuídos pela cidade e podem ser vistos no entorno do Museu do Ipiranga, no Viaduto Santa Ifigênia, na Rua Brigadeiro Tobias, na Avenida Prestes Maia e na Praça Pedro Lessa. Instalados em 1907, no triângulo histórico, os postes de ferro fundido tinham 24 tipos de estruturas distintas. Atualmente, o centro de São Paulo abriga 1.716 postes de oito estilos diferentes, que recebem manutenção periódica pela Ilumina SP, da SP Regula, responsável pela gestão e fiscalização dos contratos de concessão, incluindo o de modernização e expansão da rede de iluminação pública da cidade de São Paulo.
Além dos oito tipos que existem atualmente, dois chamam a atenção no Centro: os criados exclusivamente para o Theatro Municipal, patrocinados pela própria Light e feitos pelo Liceu de Artes e Ofício, e também os postes localizados no Pateo do Collegio, que são abastecidos por gás natural, feitos pela empresa San Paulo Gas Company (atual Comgás), no século XIX.

Pateo do Collegio – No Pateo do Collegio, há atualmente 38 lampiões a gás, distribuídos entre as áreas internas e externas do local. Todos seguem o mesmo estilo clássico, remetendo aos antigos postes que iluminavam o Centro Histórico de São Paulo no século XIX. Esses lampiões são movidos a gás natural e contam com acendimento automático por fotocélula, que identifica a queda da luminosidade para liberar o gás no queimador e desliga ao amanhecer.
A iluminação a gás faz parte da história paulistana desde 1873, quando foi instalada pela San Paulo Gas Company. No passado, os lampiões eram acesos e apagados manualmente, e chegaram a existir cerca de 700 estruturas do tipo na cidade. O último lampião funcional da época foi desligado em 1936. Em 2023, foi iniciada uma parceria entre a Subprefeitura Sé e a Comgás, responsável pela operação dos lampiões a gás no Pateo do Collegio. Essa ação reforça o compromisso com a preservação da memória urbana e a valorização do patrimônio histórico do Centro de São Paulo.