Em um momento em que o Centro de São Paulo vive um processo crescente de revalorização cultural, uma iniciativa especial chega para reafirmar a potência do movimento negro e a força da arte como ferramenta de memória e transformação. A nova edição da exposição “Mãos Negras é o Café”, assinada pelo jornalista, produtor cultural, historiador e escritor Maurício Coutinho em parceria com o renomado repórter fotográfico Roberto Esteves, destaca-se como um dos eventos mais significativos da temporada.
Instalada no Espaço Cultural Viva Arouche, a mostra ganha ainda mais brilho graças à atuação da gestora Luciene Weiland, cantora lírica e figura essencial na democratização do acesso à cultura no centro paulistano. Sensível às expressões artísticas e ao papel social da arte, Luciene tem transformado o Viva Arouche em um polo de efervescência criativa, abrindo as portas para projetos comprometidos com diversidade, inclusão e excelência.

O trabalho curatorial de Maurício Coutinho, reconhecido pela profundidade histórica e pelo cuidado estético, encontra no olhar preciso de Roberto Esteves a síntese perfeita entre arte e documentação. Juntos, eles revelam as raízes do café como patrimônio cultural e como símbolo da presença africana no Brasil. As imagens destacam não apenas a relação laboral, mas sobretudo a resistência, os saberes e a ancestralidade do povo negro — protagonistas de uma narrativa que por décadas foi apagada.
A iniciativa conta ainda com o apoio fundamental da Casa Castro Molduras, que reforça a importância do enquadramento artístico na preservação da memória visual, e do vibrante grupo Itaquerendo Folia, cuja atuação fortalece a integração cultural das periferias com o centro histórico da cidade. Essas parcerias ampliam o alcance da exposição e integram diferentes vozes que ajudam a redesenhar a vida cultural do Centro de São Paulo, especialmente neste período natalino, quando a cidade respira afeto, história e encontro.

Mais do que uma mostra, “Mãos Negras é o Café” é um convite à reflexão sobre identidade, justiça social e o legado cultural que forma a espinha dorsal do Brasil. Como afirma Maurício Coutinho, trata-se de “um ato de reconhecimento e reverência à dignidade do povo negro que construiu a base da nossa história”. Esse gesto ganha força no território simbólico do Largo do Arouche, que volta a pulsar como espaço de arte, convivência e diversidade.
Serviço
Local: Espaço Cultural Viva Arouche – Rua do Arouche, 126 – Centro, São Paulo
Data: 06 a 23 de dezembro
Horário: segunda a sábado, das 11h às 19h
Entrada: gratuita
