O Centro de São Paulo será palco de um evento que une sensibilidade artística e compromisso social. No próximo dia 20 de agosto, às 18h, a Galeria R. Monteiro (Rua 24 de Maio, 77, sobreloja) recebe a Vernissage da artista plástica Manoela Bourel, uma mulher autista e mãe atípica que encontrou na arte um canal de expressão, fortalecimento e conexão com o mundo.
A produção artística de Manoela revela o papel fundamental da arte na vida de pessoas autistas. Mais do que estética, sua obra representa um meio de comunicação poderoso, capaz de traduzir emoções, pensamentos e vivências que muitas vezes não encontram espaço nas linguagens tradicionais. Para o público, a mostra se torna não apenas uma oportunidade de apreciar pintura e criatividade, mas também de refletir sobre a importância da inclusão.

O evento nasce em apoio à Causa Autista e à Revalorização do Centro de São Paulo, resgatando o espaço urbano como território de diálogo, afeto e cultura. A iniciativa conta com a parceria da Move Centro SP, Neves Bomfim e Coutinho Eventos, numa demonstração da força coletiva quando arte e diversidade se encontram.
A arte tem se consolidado como uma importante aliada no desenvolvimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), contribuindo para o estímulo da comunicação, da sociabilidade e da autonomia. No Brasil, iniciativas que integram arte e neurodiversidade têm ganhado visibilidade e apoio, tanto em ambientes clínicos quanto educacionais e culturais, com resultados consistentes no bem-estar e crescimento pessoal de autistas. De acordo com dados do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), uma em cada 36 crianças está dentro do espectro autista. No Brasil, embora não existam levantamentos oficiais recentes, estimativas do Ministério da Saúde apontam que cerca de 2 milhões de brasileiros são autistas. E, nesse contexto, a arte tem se mostrado um instrumento cada vez mais eficaz na promoção da inclusão, autoestima e desenvolvimento cognitivo.
Pessoas com TEA costumam apresentar dificuldades na comunicação verbal e na interação social, além de padrões comportamentais restritivos ou repetitivos. A arte – em suas diversas formas como pintura, escultura, música, dança e teatro – oferece uma linguagem simbólica e sensorial que permite a expressão de sentimentos e pensamentos muitas vezes difíceis de verbalizar.
Um estudo da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista Frontiers in Psychology, concluiu que atividades artísticas regulares promovem ganhos significativos em aspectos emocionais e comportamentais de crianças autistas. Outro levantamento, da Associação de Amigos do Autista (AMA-SP), aponta que 78% dos participantes de oficinas artísticas apresentaram melhoras em áreas como concentração, coordenação motora e comunicação não verbal.
A exposição segue aberta ao público até 20 de setembro, diariamente das 7h às 19h, e promete provocar encontros transformadores entre obra, artista e visitantes.
Informações: Maurício Coutinho – (11) 99803-9796