Centro de SP: Região da Rua das Motos discute a melhoria da segurança com lojistas

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Em plena região central de São Paulo, a Associação Ruas das Motos/ARM, que representa cerca de 300 comerciantes especializados em serviços, peças e acessórios para motos, localizados no entorno da Rua General Osório, região central da cidade de São Paulo, realizou no Shopping Moto & Aventura, um encontro com os candidatos HOC/Heni Ozi Cukier, a deputado federal e Gerson Pires, a deputado estadual para conhecerem suas plataformas, principalmente no que se refere a questão precípua da segurança da população, lojistas e visitantes, que tem sofrido muito com a situação atual.

Formado em Relações Internacionais pela ESPM/Escola Superior de Propaganda e Marketing e com a vivência de Chefe de Gabinete na Secretaria de Segurança Pública, Gerson Pires, 30 anos de idade, adiantou que a questão da segurança é de fundamental importância para que o comércio volte a crescer, as pessoas circulem mais tranquilamente e investidores tenham interesse em aportar suas verbas em novas empresas na localidade.

Logo após, o Presidente da Associação da Rua das Motos, Mário Kamei, que busca soluções estruturais para problemas enfrentados pelos lojistas, frequentadores e moradores da região, trouxe à fala, o Professor HOC/Heni Ozi Cukier, cientista político, graduado em Ciências Políticas e em Filosofia pela Barry University (EUA, 2005), que comentou que a principal forma de tratar a questão da Cracolândia, é deixar o discurso ideológico de lado, compreendendo a importância tanto da ordem, quanto da assistência.

“Aqui na região da Cracolândia, afirma HOC, uma das tarefas é enfraquecer o crime organizado e os traficantes com a dispersão dos usuários, ou seja, não deixar a aglomeração acontecer de forma alguma, tal como eu vi em Amsterdam, onde as pessoas consomem a droga (“heroína”) nas ruas, mas não podem aglomerar-se com 3 ou 4 pessoas/usuários. Caso isto venha a ocorrer, os indivíduos são multados e se não pagarem, vão presos ou internados compulsóriamente. Aliás a internação compulsória aqui em São Paulo, já está com suas tratativas burocráticas nas últimas etapas para sua total implantação, afirmou.

O problema é muito grave, os comerciantes se queixam dos usuários de drogas estarem em frente às suas lojas, porém, alegou HOC, eles tem que se unir mais e cobrar das Autoridades a mudança efetiva desse cenário de horrores, a punição deve ser mais dura por parte do Município para o dependente químico.

Diversos lojistas se manifestaram no referido encontro, como por exemplo, um casal que mantém uma tradicional bicicletaria na região há mais de 40 anos e que hoje encontra-se com a parte frontal de sua loja, tomada por inúmeros usuários de drogas, impedindo a passagem do público e afastando a sua clientela, o que interfere diretamente em seu faturamento e a própria manutenção do comércio na região. O mesmo casal propôs que deveria existir uma reparação aos empresários que estão aqui na região da Rua das Motos há várias décadas, com a possibilidade da Prefeitura conceder-lhes alguns benefícios, destacando, por exemplo, a redução fiscal dos impostos, a própria isenção de IPTU, dentre outros.

Novamente o Presidente da Associação da Rua das Motos, Mário Kamei, pediu a palavra e argumentou que esteve recentemente na sede da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, em reunião com o Gerson e o Sandro para falar sobre as melhorias urgentes e necessárias para a região. Também recordou que à época do Projeto Nova Luz, “… os lojistas da Rua das Motos e da Rua Santa Ifigênia também protestaram contra o que seria um projeto de renovação urbana, a ser realizado por meio de uma concessão urbanística, anunciado pela prefeitura de São Paulo em 2005, pelo então prefeito José Serra (PSDB), e que acabou arquivado em 2013 pelo prefeito Fernando Haddad (PT)”.

O projeto consistia, basicamente, na revitalização de uma área popularmente conhecida como Cracolândia, que, localizada no centro da cidade, se situava entre as avenidas Duque de Caxias, Ipiranga, Rio Branco, Av. São João e República, sendo conhecida por ser ponto de tráfico e uso de drogas. Nesta questão, um lojista presente ao encontro, relembrou e argumentou: “… se a Prefeitura consegue desapropriar rapidamente uma área tão grande para o projeto Nova Luz, como é que não consegue controlar e manipular um quarteirão como esse nosso da Rua das Motos?”, concluiu.

Finalizou-se o evento, com a certeza de que serão necessários vários outros encontros para debater, discutir, analisar e cobrar do Poder Público uma solução mais imediata desse verdadeiro circo de horrores, que a região da Rua das Motos e entorno, tem enfrentado diuturnamente.