Olá, meus queridos e queridas. Como vocês estão?
Espero que bem. Mas, caso esteja vivendo desafios neste momento, saiba que tudo passa — e que os momentos difíceis também nos fortalecem.
Hoje escrevo meu primeiro artigo para a Revista Paulista. Que honra estar aqui com vocês! Cada texto será escrito com o meu coração. Quero contribuir da melhor forma possível, levando reflexões que toquem, despertem e acolham.
Mas deixa eu me apresentar, para que possamos ficar mais íntimos, né? Sou Simone de Fátima, paranaense, e hoje resido em São Paulo. Tenho mais de 30 anos, sou alta, magra, de cabelos longos e castanhos, olhos castanhos. Agora, enquanto escrevo para vocês, estou vestindo uma calça verde com um cinto bege, uma blusa bege com folhas verdes. Ao meu lado, um café com leite, vela acesa, música relaxante. Atrás de mim, folhagens e livros. Um verdadeiro ritual de presença.
Minha jornada profissional começou por volta dos 11 anos, em desfiles. Mas, por motivos que contarei em outro momento, mudei de caminho. Aos 14 anos, comecei a fazer cursos de cabeleireira.

Minha família era humilde. Meus pais, pessoas honestas, trabalhadoras, do bem. Quando comecei a trabalhar, entrei em contato com outro mundo: o das clientes, de diferentes classes sociais. Notei que os filhos dessas mulheres, ao terminarem o ensino médio, já se encaminhavam para a faculdade. E então pensei: se eles podem, eu também posso.
Vi ali uma chance de ter uma profissão no futuro. Poucos meses depois de começar o curso, pedi à minha professora para trabalhar no salão dela. Insisti várias vezes até conseguir. E aqui já deixo um aprendizado: não desista no primeiro “não”. Persista. Tenha objetivos claros do que deseja para sua vida.
Eu não tinha condições financeiras, mas tinha vontade. Lembro de chegar em casa e dizer para minha mãe: Mãe, quando eu terminar a escola, vou fazer faculdade.
Ela me olhou e perguntou: Como?
E eu respondi: Ainda não sei, mas vou.
Quando chegaram os vestibulares, eu estudava e trabalhava. Fiz alguns, passei em alguns. Escolhi fazer Serviço Social, por vários motivos – um deles, poder ajudar pessoas, lutar pelos seus direitos, apoiá-las e empoderá-las. Conversei com meu chefe, o Sr. Darci, e pedi um aumento. Eu queria continuar no trabalho, mas minhas despesas cresceriam. Ele me apoiou. E assim, fui uma das primeiras mulheres da minha família a entrar em um curso superior.

Para encerrar este primeiro artigo, quero te dizer algo muito importante: nós temos a responsabilidade de romper com as crenças limitantes da nossa família de origem. Quando rompemos, abrimos caminho para que as próximas gerações possam continuar. Depois que terminei minha faculdade, várias mulheres da minha família se formaram. Outras estavam se formando. Outras começaram. Que lindeza, né? Olha o poder que temos nas mãos!
E você? Me conta: O que você já rompeu na sua história familiar e abriu espaço para as gerações que vieram depois? Ou… o que você ainda pode romper?
Com carinho,
Simone de Fátima
Terapeuta Familiar Sistêmica
